Apenas mais um dia...
E além da loucura temporária de uns quantos que por aí deambulam a festejar um ano novo, há uns quantos que olham sempre para o céu. As estrelas lá continuam aparentemente no mesmo sítio. Nós giramos a milhares de quilometros por hora, andamos portanto numa roda viva... para quê? Qual o significado de tudo isto? Tudo se resume a aparecer, conhecer, sofrer para depois tudo desaparecer... até a esperança. Até mesmo as estrelas mais resistentes perecerão sob o tempo transformando (nalguns casos) em anãs pretas... Tudo ficará nas trevas onde outrora existiu a luz que nós conhecemos, alguma da luz que nunca conhecemos, outra que ansiámos conhecer. Pelo menos, tivemos a sorte de contarmos com uma das coisas realmente mais importantes que existe neste mundo: o de sentirmos realmente (e preocuparmos com isso) ligados às estrelas. Nós, astrónomos amadores, amamos, ansiamos pelo céu. E eu, a título de exemplo, não me canso de olhar para a nebulosa de Orion, para as Plêiades, para o enxame M35, para Albireo, para uma infinidade de objectos profundos ao alcance de um simples instrumento óptico. Hoje olhei para o céu, toquei-o e ..... sonhei com um mundo mais humano, mais preocupado com o céu, mais livre, mais consciente do seu lugar no Universo. Um abraço universal, JMA